Em torno das 18 horas do dia 15 de junho Albertina, morta, retorna à casa paterna... Não dá para traduzir em palavras os sentimentos dos pais e familiares, particularmente de sua mãe. Ver sua filha degolada, banhada em sangue! Ao mesmo tempo, que serenidade naquele rosto! Parecia dormir...

Em meio a tanta dor havia um conforto: Albertina tinha resistido, conservara sua pureza e virgindade..., do contrário não teria sido morta! Isso era claro, mas que custaria à parteira que ajudou Albertina a vir ao mundo, Martha Mayhöfer, ali presente, verificar? Ela verifica e testemunha: - Albertina não perdeu a virgindade.

O velório é cheio de emoção, lágrimas, orações e... raiva. Só Albertina está serena. Parece dizer: - Vocês ainda não compreenderam o que eu fiz? Dei minha vida por amor à castidade. Isso é um sinal para o mundo, de modo especial para minhas colegas de idade. Virá um dia em que vocês falarão de mim. Virão aqui junto ao lugar onde morri, virão a meu túmulo e rezarão pedindo proteção e graças. E eu, do céu, responderei. Não chorem. Em mim, a Igreja ganhou uma "santa" e uma "mártir". Um dia vocês verão: bispos, padres, e até o papa se ocuparão comigo.

Dia 17 de junho, sob forte chuva, Albertina foi sepultada bem no centro do cemitério de São Luís.


Antigo túmulo de Albertina.

Todos voltam para casa e se perguntam se foi sonho ou realidade o que aconteceu. E comentam: - Albertina não era uma menina qualquer. Era uma menina especial. Sua morte também não foi morte qualquer, foi morte especial, foi morte de "mártir" e, por isso, morte de uma "santa". Sim, Albertina é uma "santa mártir". É assim que o povo pensa. E nesses casos, quase sempre, a voz do povo é a voz de Deus.


Vila de São Luis.